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SÉRIE: VERDADEIROS ADORADORES                          

Pastor Renato Vargens 


Parte - 1
Grupo Logos

Em tempos cujo louvor com música é extravagante, onde os cantores cantam virados para parede, onde o shoffar é tocado como instrumento de avivamento e poder, é comum nos angustiarmos com a qualidade musical e teológica das nossas bandas e cantores. Infelizmente boa parte das letras e composições evangélicas que tem feito sucesso nesse brasilzão de me Deus, estão repletas de heresias e distorções doutrinárias, as quais nitidamente percebemos nos hits cantatos em nossos cultos e encontros. Nesta perspectiva, o "adorador" tem voado como águia, rugido como leão, saltado como coelho, além de rolado pelo chão quando tocado por Deus. 

Caro leitor, como já escrevi anteriormente, acredito que boa parte dos nossos problemas se deve as ensinamentos distorcidos que saem dos nossos púlpitos. Na verdade, a música tocada nas igrejas evangélicas retratam muito bem a falência teológica dos nossos pastores, que não por não conhecerem as doutrinas fundamentais da fé, permitem que conceitos estapafúdios sejam ensinados através de canções estereotipadas. No entanto, nem tudo encontra-se perdido, mesmo porque, Deus pela sua infinita graça tem conservado inúmeros irmãos neste país, cujo compromisso principal é glorificar o nome do Senhor, dentre os quais destaco o Grupo Logos.

A Missão Evangélica Logos, cujo nome vem da palavra Grega “logos”, que significa “verbo”, nasceu, oficialmente, em outubro de 1981, após o término do Grupo Elo. Seus fundadores, Pr. Paulo Cezar e sua esposa Nilma Soares, oriundos da Igreja Congregacional de Campo Grande no Rio de Janeiro, estudaram no Seminário Bíblico Palavra da Vida em Atibaia-SP e participaram ativamente na implantação de uma igreja e na fundação e ministério da Editora Musical e Literária Elo. Durante 28 anos, o Logos tem sido portador de linda canções, cujo conteúdo e musicalidade tem abençoado milhares de pessoas em todo país das quais destaco, "situações, autor da minha fé, o evangelho, obreiro aprovado, mão no arado, calmo, sereno e tranquilo" e muitas outras mais.

Isto posto, afirmo sem a menor sombra de dúvidas que a Igreja Evangélica Brasileira precisa redescobrir seus valores, passando a cantar novamente em seus cultos canções de qualidade e bom conteúdo musical.

Com certeza o Grupo Logos é uma boa pedida!



Parte - 2
Sergio Pimenta


Eu me converti em agosto de 1986, portanto, não tive tempo suficiente, nem tampouco oportunidade de conhecer o cantor e compositor Sérgio Pimenta.

Sérgio Pimenta foi um dos principais compositores evangélicos brasileiros e mesmo não tendo o conhecendo pessoalmente, posso afirmar que suas canções muito me influenciaram. Pimenta foi participante da primeira geração de autores nacionais do Grupo Vencedores por Cristo, tendo sido presença obrigatória em todos os principais discos e grupos musicais dos anos 70 e 80, como compositor, violonista e cantor.

Autor de músicas como Cada Instante, Você pode ter, Quando a glória, Pescador, Ele é o teu louvor, Tudo ou nada, Vou chegar, Resposta Certa, Aquele que me ama, É preciso, Vem comigo, Fruto da semente, Para sempre e mais, Quando se está só, A moça do poço, O que me faz viver, Fonte, Só quem sofreu, e mais de 300 composições, será lembrado para sempre como um músico de Deus, um original raro, autor de canções dignas do “amor que jamais acaba” e legítimo herdeiro de I Co. 13.

Lamentavelmente Sérgio Pimenta precocimente faleceu em 1987, de câncer, aos 32 anos, deixando de herança para a Igreja Evangélica Brasileira um enorme e lindo legado musical.


Parte - 3
Asaph Borba


Minha conversão se deu em agosto de 1986. Naquele tempo, há 24 anos atrás, ainda não existia esse famigerado e mercantilista mercado gospel. 

Lembro com extrema saudade que naqueles dias os momentos de louvor com música ainda eram cristocêntricos, e o que mais importava, era glorificar o nome do Senhor.

Pois é, no inicio da minha caminhada cristã, nos meus momento devocionais, era comum ligar o meu toca discos (será que os mais novos sabem o que é isso?) e orar ao Senhor ouvindo a boa música de Asaph Borba. Não foram poucas as vezes que profundamente tocado pelo Senhor, louvei o seu nome, cantanto, "Jesus em tua presença", "Infinitamente mais" , "Minha alma engrandece ao Senhor" , "O meu louvor é fruto", "O teu amor" e tantas outras canções mais.

Asaph Borba iniciou seu ministério cristão em 1978 quando gravou seu primeiro LP, intitulado Celebremos com Júbilo, juntamente com o cantor Donald Stoll nos Estados Unidos. Também foi pioneiro na produção e gravação de canções direcionadas para o uso no culto público. Em 2006, foi homenageado no Troféu Talento pelos seus 30 anos de carreira, ao longo dos quais compôs inúmeras canções de louvor a Deus.

Durante todos esses anos Asaph Borba tem procurado servir ao Senhor com compromisso e integridade de coração. Sem sombra de dúvidas Asaph é um homem de Deus que tem feito diferença nessa geração.


Parte - 4
Vencedores por Cristo

Cristo me salvou em agosto de 1986, quando milagrosamente entrei na Igreja de Nova Vida de Icaraí pastoreada então pelo pastor Reginaldo Mello. Na ocasião, ao ouvir a Palavra de Deus, meu coração e mente foram encharcados pela graça do Eterno, levando-me a uma profunda experiência de conversão.

Naquele tempo, lembro que algumas das canções que mais me abençoaram foram as entoadas pelo grupo Vencedores por Cristo. Jamais esquecerei cânticos como “Nas Estrelas”, “Você pode ter” , “Cantai ao Senhor”, Rei das Nações, “buscai primeiro o Reino de Deus” , "Glória pra sempre" e muitas outras mais.

Ah! Tempo bom aquele! Quão maravilhoso foi louvar a Deus com música naqueles dias! O louvor daquela época não era extravagante e o famigerado movimento gospel não existia. As letras das canções? Ah! que letras! Quão profundas e ricas eram.

Bom, deixemos o saudosismo de lado e vamos ao que interessa!

Formada por jovens universitários de variadas denominações protestantes, que recebiam um treinamento específico para evangelização, a missão Vencedores por Cristo escolheu a música como seu principal meio de divulgação das mensagens da Bíblia, constituindo assim a banda, conhecida também como VPC. Lançou seu primeiro compacto ainda em 1968. Após cinco compactos, foi gravado o primeiro LP, em 1971, com o título "Fale do amor".

Ao longo desses 40 anos, o grupo contou com variadas formações, já tendo lançado mais de quarenta álbuns.

Em 1975 foi lançado a série "Louvor" que se estenderia até ao 10.º volume em 2003, e um com a releitura dos principais sucessos da série em versão acústica, lançado em 2006. Esta série é responsável pela renovação do louvor congregacional nas igrejas protestantes e evangélicas no Brasil, através da divulgação de cânticos compostos por seus integrantes ou "recolhido" em suas viagens pelo país!

Vale ressaltar a grande importância de VPC na música cristâ brasileira com o lançamento do álbum "De Vento em Popa" em 1977, o primeiro disco com 100% de músicas compostas por autores nacionais como Sérgio Pimenta, Aristeu Pires, Guilherme Kerr, Edy Chagas e Artur Mendes, além de ritmos brasileiros, principalmente a bossa-nova e o samba canção.

Também em 1980 foi gravado "Tanto Amor" que seguiu a mesma cartilha, numa produção mais arrojada e novas canções, incluindo um baião, "Pescador", até então algo inédito no cancioneiro cristão.
Em 2007 foi lançado o DVD "Sem Fronteiras", comemorando os 38 anos de VPC e uma viagem nas principais canções gravadas, com novos arranjos, produzido por Cláudio Rocha.
Sem sombra de dúvidas o VPC é uma das maiores e mais profundas bandas evangélicas de todos os tempos.




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PREPARADOS PARA ADORAR MELHOR


Em duas ocasiões, no livro de Salmos, o salmista Davi inspirado pelo espírito Santo disse que preparado estava o seu coração para salmodiar e cantar louvores a Deus. “Preparado está o meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei e salmodiarei” Sl 57.7. “Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei e salmodiarei com toda a minha alma” Sl 108.1. Observem que na primeira ocasião o salmista disse duas vezes que o seu coração estava preparado para louvar a Deus e na segunda ocasião ele disse que pelo fato de estar preparado o seu coração poderia adorar a Deus com toda a intensidade, com todo o seu ser.
Em outra ocasião o salmista novamente inspirado por Deus exortou aos cantores que cantassem e tocassem bem. “Louvai ao Senhor com harpa, cantai a ele com saltério de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo” Sl 33.2,3.
Quando Davi organizou os conjuntos musicais para cultuarem a Deus os entregou nas mãos de pessoas especialmente preparadas (Asafe, Jedutum e Hemã), com dons de Deus, para instruir os componentes dos conjuntos a fim de celebrarem a Deus da melhor forma possível, e o resultado dos esforços desses homens foram conjuntos bem organizados que louvavam a Deus nos cultos celebrados. “E era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto do Senhor, todos eles mestres, duzentos e oitenta e oito” 1 Cr 25.7.
Observem os irmãos, especialmente aqueles que labutam nesse ministério, que não era de qualquer maneira que se devia celebrar ao Senhor.
Nos textos citados podemos observar duas coisas preciosas para quem quer servir a Deus de uma maneira que lhe seja agradável. A primeira delas é a questão do coração, pois tudo o que se faz para Deus deve ser feito de todo o nosso coração. Quando se fala nesse assunto tem que se levar em consideração a questão da santidade. É necessário que todos aqueles que servem a Deus, que professam o nome de Jesus apartem-se da impiedade. “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade” 2 Tm 2.19. A outra coisa a considerar é a questão do preparar-se bem tecnicamente, pois o que deve ser apresentado a Deus deve ser bem feito. Isto serve para quem prega, para quem canta, para quem toca, para quem faz qualquer outra coisa para Deus. Fazer as coisas para Deus de qualquer maneira, sem um preparo adequado, é incorrer no juízo do texto de Jeremias 48.10, que diz: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!...”.
Em diversas ocasiões na Bíblia encontramos situações que nos mostram que o que deve ser oferecido a Deus deve ser o melhor. Por exemplo: o cordeiro que seria oferecido a Deus na festa da Páscoa teria que ser sem defeitos. Deus não aceitaria um sacrifício de um animal cego, sarnento, aleijado, etc. Outro exemplo foi a confecção do tabernáculo. Tudo naquela obra teria que ser bem feito, sob medida, com materiais especiais, etc. Por que essa exigência? A razão é simples: Deus é perfeito, puro, santo e tudo o que deve ser apresentado a ele deve ser da melhor qualidade.


Pr. Eudes Lopes Cavalvanti


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A PRIORIDADE É PARA A PALAVRA OU PARA O CÂNTICO?


Você já ouviu algum pastor, durante o sermão ou na condução das reuniões, afirmar que o período de louvor é importante, porem, a Palavra precisa ter prioridade? Esse tipo de discurso é comum em algumas Igrejas. O cântico é tido por essas, de um modo geral, como uma atividade importante para preparar as pessoas para ouvirem o sermão, no entanto, jamais como parte deste. 

Vejamos o que diz a Bíblia sobre a Palavra e as Escrituras Sagradas. 

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Hebreus 4:12 

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça. II Timóteo 3:16 

Entendemos os versículos citados como, em Timóteo, a afirmação de que a Bíblia não é meramente um conto de história ou uma simples enciclopédia, porém uma inspiração divinal para que por ela, sejamos ensinados à cerca de Deus, e em Hebreus, é ressaltado o poder que a Palavra de Deus tem, bem como os impactos Dela no homem. Essas interpretações são comuns e unânimes entre as Igrejas, porém existe um erro sobre a definição do que venha a ser a pregação da Palavra ou mensagem. Para muitos, se não houver sermão, não existe a pregação da mensagem, e esse pensamento, tem discriminado bastante a música cristã e a sua prática nos cultos e shows Gospels. 

Não digo que a palavra não seja prioridade! É claro que sim, porem o problema é que existe um erro de interpretação sobre o conceito de mensagem. A música também é uma mensagem. Quem nunca ouviu uma bela música e por ela não foi tocado? Quem nunca se converteu ao cristianismo ao ouvir uma bela canção ou simplesmente aguardava uma resposta de Deus e a teve através de um hino? A palavra pode ser anunciada de diversas maneiras, entre elas, na música, numa peça de teatro, numa pregação e até mesmo sem que se fale nada, apenas com o testemunho de vida ou exemplo de comportamento, pois o louvor é uma forma de mensagem, uma forma de expressão, e não, concorrente dela. Os Salmos, por exemplo, são cânticos escritos por diversos autores, entre eles, Davi, e que em seu tempo eram cantados nos tabernáculos e hoje, são lidos nas Igrejas, com excessão de algumas músicas que tem sido criada de forma integral ou adaptas, a partir destes. Existem inúmeras músicas feitas para consolar alguém, narrar um testemunho, alertar sobre algo, transmitir os ensinamentos cristãos, orar a Deus, etc, assim como, teatros feitos com a mesma finalidade. Em resumo, o que importa não é o meio utilizado para a pregação da palavra de Deus, mas o conteúdo da mensagem e o objetivo da mesma. 

Portanto, concluímos que, a prioridade é sem dúvida para a Palavra, mas o cântico pode ser também a Palavra. A música é uma forma estratégica de anunciar a mensagem cristã, afinal, é uma metodologia dinâmica, inteligente e de grande aceitação, podendo ser destinadas e direcionadas aos diversos movimentos sociais (tribos urbanas) que não seriam possíveis atingir se não houvesse uma comunicação estratégica e direcionada, e isso, é inclusive respaldado na Bíblia, onde em Provérbios 11:30b afirma-se que o ganhador de Almas é sábio, e como todo sábio, suas atividades são sistematizadas, organizadas e estrategicamente implementadas, e assim, o resultado tende muito mais para o lado positivo. Imagine que se um agricultor não souber o período do ano mais indicado para o plantio do feijão , certamente terá uma tendência negativa do resultado final do seu trabalho, pois se plantar fora de época, a colheita será um fracasso.

O que não pode ser feito, a partir desse entendimento, é a substituição integral da mensagem por meio de um interlocutor (sermão) por outras formas de expressões, pois o sermão é sem dúvidas, o modo mais completo e eficiente de se passar uma mensagem, não sendo este, o modo único, podendo ser completado por outros, como exemplo, a música.


Davi Silva